TOQUE
no Museu da Cidade de Salto
A instalação TOQUE embaralha categorias, reunindo autorretratos de pessoas com e sem formação artística, videntes e pessoas sem visão, pacientes psiquiátricos, entre outros. O conjunto colaborativo e inclusivo dissolve limites, acolhe o diverso. Sua fisicalidade explícita e afirmativa convida à percepção multissensorial, combinando visão e tato e imprimindo um caráter lúdico à fruição. O apelo ao toque desconstrói o distanciamento físico – e também simbólico - entre fruidor e obra, norma vigente em museus e galerias.
A instalação em processo vem sendo construída gradualmente, através de uma rede de oficinas, que abrange hoje nove municípios paulistas. APAE TATUÍ, União dos Deficientes de Jundiaí e Região (UDJR) e Centro de Atenção Psicossocial II de Salto de Pirapora são algumas das instituições que participam dessa rede. Um crescimento permanente e orgânico, que envolve também o público das mostras. O projeto parte de uma perspectiva relacional da arte, convidando o fruidor a tornar-se co-autor. Com esse objetivo, promove no Museu da Cidade de Salto uma oficina, visando a produção de novos autorretratos, incorporados à instalação em mostras futuras.
Através do convite aberto à co-autoria, TOQUE dialoga com o território onde a exposição acontece. A Itinerância do projeto, iniciada em São Paulo em 2016, no Museu de Saúde Pública Emílio Ribas (a obra participou da mostra Mais que Humanos. Arte no Juquery), vai se confundindo assim com o próprio histórico de construção do conjunto colaborativo. A expansão de sua dimensão física caminha pari passu com a expansão de sua abrangência geográfica.
A representação da autoimagem facial - tema da instalação - tem por objetivo estimular o mergulho interior por parte dos criadores, o questionamento sobre aquilo que os singulariza Articulando múltiplas expressões de subjetividade, TOQUE coloca em foco a relação individuo/coletividade. Na diversidade impressa em matéria que se toca e que se vê, cada autorretrato afirma-se como identidade individual por contraste e como identidade coletiva por semelhança. Nessa tensão, abrem-se campos de indagação sobre o que somos. O humano se deixa entrever, em sua grandeza e em sua precariedade.
Hélio Schonmann
CO-AUTORIA - INSTALAÇÃO TOQUE NO MUSEU DA CIDADE DE SALTO
Abel Filho, Adriano Gambim, Alex Roch, Altina Felício, Alzira Ballestero, Amanda Jambelli, André Carvalho, Andrea Mendes, Angela Barbour, Angélica Simões, Ary Francon, Augusto Sampaio, Beatriz da Costa Thomé, Bruno Cardoso Silva, Bruno Nitz, Camilo Thomé, Carlos Miceli, Celina Carvalho, Cibele Marion Sisti, Cirino Raimundo Lucena, Cláudia Ketter Pinto Vieira, Claudia Mifano, Constança Lucas, Cristina Granero, Cristina Pereira, Danilo Timich, David William, Eiji Yajima, Elizabeth Pacchini, Elisabete Pereira de Nóbrega, Fábio De Bittencourt, Fernanda Rodrigues Vieira, Filomena Coleto, Francisca do Val, Felipe Corazza Teixeira Pinto, Gilberto Tomé, Gilmar Lima, Gisele Araújo, Glauber Manfio, Gui Martins, Hannelore Schonmann, Hélio Schonmann, Ildes Fernandes Bittenccourt de Francisco, Ivan Lima Schonmann, Ivanir Cozeniosque, Ivone Rezende Coimbra, José Manoel Rodrigues, José Sylvio Modé, Katia Cristina Bassichetto, Lari Leite, Lilian Amaral, Lourdes Sakotani, Lúcia Neto, Luciene Sans, Luiz G. R. Mota, Luísa Moritz Kon Maria Pinto, Marcelo Arruda, Marcelo Bernardes, Marcelo Vicente Silva, Marco Timich, Maura de Andrade, Maura Takemiya, Mireille Lerner, Milena Timich, Miro Bampa, Noemi Moritz Kon, Osmário Barreto, Paulo Cheida Sans, Paulo Pt Barreto, Pedro T. Maluf, Rafael Frankalbert Piovesan, Raquel Fayad, Raquel Luzetti, Roberto Schonmann, Rodrigo Chedid, Rodrigo Galvão, Rogério Ratão, Rubens Kon, Rubi, Ruth Kelson, Ruth S. Tarasantchi, Ruy Sauerbronn, Sergio Andrejauskas, Sergio Kon, Silvia Kon Costa, Susana Timich, Tarsila Nagao Mantovani, Tatiana Medoruma, Thereza Yogi, Thiago Francisco, Tiago Rego, Wolf Gauer, Yuri Pinto